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pixo

grafite

Grafite ou grafito (escritas feitas com carvão) tem uma origem ancestral, a manifestação humana em espaços públicos acontece desde que o homem das cavernas começou a registrar seu cotidiano e pensamentos em pinturas rupestres, que são consideradas as primeiras expressões de arte. 
 

A intenção de comunicação com os demais através das intervenções em locais comuns é evidente desde aquela época, porém o grafite começou a tomar força, ser difundido e aperfeiçoado em maior dimensão a partir dos anos 70, especialmente em Nova Iorque, Estados Unidos. Lá se começou a experimentação do grafite por jovens através de desenhos, mensagens e assinaturas com intenções diversas que variavam do inconformismo social e político até a autopromoção como indivíduo e meio de exposição de pertencimento a certo grupo. (ARAÚJO, 2011)
 

Atuando como arte urbana do povo, o grafite de rua aplica um contato direto, diferente dos artistas de galeria onde o público é também de certa forma selecionado. Na medida que o espectador se posiciona frente à uma obra ele desperta questionamentos sobre a sociedade, internamente antes não acessados, aos quais é condicionado junto ao todo e passa assim a proferir uma essência crítica em relação ao lugar.

o grafite no brasil

No Brasil, a prática do grafite foi incorporada na década de 70, influenciada por artistas norte-americanos. As técnicas de pintura e as referências visuais foram trazidas por artistas de classe média de São Paulo, como os pioneir eiros Alex Vallauri e Rui Amaral, que tinham contato com o que era produzido em Nova York. Na época, o que estava em voga eram os stêncils inspirados pela estética da pop art. Em São Paulo, artistas como Os Gêmeos, Binho, Speto, Tinho e Onesto frequentavam a cena cultural do Hip Hop e muitas vezes grafitavam de forma coletiva. A partir dos anos 2000, artistas do grafite chamaram a atenção  das galerias brasileiras e ganharam mais espaço no mercado de arte. A maior projeção foi dos artistas Os Gêmeos, que começaram a grafitar na rua e ganharam projeção internacional.

grafite x pixo

Ambas são pinturas feitas com tintas spray ou de latas. Ambas são manifestações que nasceram no século XX, dentro de uma produção cultural urbana, a única diferença entre elas (além da aceitação social) é que a primeira está relacionada a imagem, enquanto a segunda advém da escrita. 
    Para o sociólogo Alexandre Barbosa Pereira, pesquisador de Antropologia Urbana da Unifesp, a dissociação entre grafite e pichação contribuiu para que o grafite começasse a ser aceito, mas apenas como forma de combate ao picho.

"O grafite, mais associado à arte, é mais facilmente entendido como forma de ação do Estado e mesmo do mercado, já a pichação, execrada pela maioria da população, é uma máquina de guerra, nômade e difícil de ser capturada. Assim, fica mais fácil criminalizar esta e mesmo criar certo pânico moral em torno dela como forma de marketing político e publicidade pessoal.”

Destacou o sociólogo em matéria feita por Modelli (2017)

Em 2011 entrou em vigor a Lei Federal que passou a considerar o grafite como uma conduta legalizada (diferente da pichação), desde que exista o consentimento do proprietário, tendo como definição “grafite é a prática que tem como objetivo valorizar o patrimônio público e privado mediante a manifestação artística sob o consentimento de seus proprietários”. 
 

Diferente disso os pichadores continuam sofrendo com uma abordagem policial ostensiva. Eles são considerados transgresores e a ilegalidade continua sendo a questão central na realização dessa atividade. 

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