top of page

skate

SURFISTAS DO ASFALTO

O skate que conhecemos na modernidade começou a aparecer entre as décadas de 50 e 60, com um “boom” do esporte na década de 70. Seu surgimento tem uma história atrelada a expressão “surfistas do concreto” inspirada por surfistas da Califórnia, que na década de 50 frustrados com a falta de ondas decidiram andar pelas ruas com pranchas de madeira montadas com rodas de patins ou patinete.
 

O documentário “Dogtown and Z-Boys – Onde Tudo Começou” lançado em 2001 nos Estados Unidos é uma ótima referência sobre como a história se desenrolou e é considerado por muitos como um verdadeiro registro do nascimento do skate.
O vídeo foi filmado em uma região de Los Angeles conhecida como Dogtown e retrata um grupo de skatistas conhecidos como Z-Boys. Por exibir imagens de boa qualidade, ainda mais para a época em que foi filmado (1950-1970), foi bem aclamado pelos críticos e mostra bem a evolução da história do skate.

A tribo de Dogtown tinha uma abordagem um tanto quanto agressiva, representada pela vertente underground, e se expressavam através do pixo, defendendo as praias de surfistas não locais. O ambiente um tanto quanto inóspito os levava a fazer manobras perigosas para desviar de um antigo parque aquático desativado que ficava na região, obrigando-os a desenvolver a rapidez nas manobras, o que mais tarde ajudou na prática do skate. (BRANDÃO, 2006)

Brandão (2006) destaca a novidade que o skate significava para época e os espaços urbanos apropriados pelos skatistas. Essa apropriação vem tanto dos movimentos do surf quanto das ruas e ladeiras nas quais eles eram aplicados.

“Apesar de existirem inúmeros espaços criados expressamente para a prática do skate (skateparks), trata-se acima de tudo de uma atividade urbana. Mais precisamente, é uma prática “do urbano”, no sentido de que o seu terreno é realmente a cidade, ou pelo menos uma reinterpretação da diversidade de materiais e formas da cidade. “  (ZARKA, 2011)

Assim para Diniz e Silva (2016) o skate faz a reapropriação dos espaços urbanos, elaborando criativamente seus próprios meios.

 

Nos anos 80, aqui no Brasil muito skatistas continuavam a andar de skate nas ruas da onde surgiu a descoberta dos locais “skatísticos” do espaço urbano. Ou seja, “os praticantes apropriam-se de diversos elementos arquitetônicos construídos, como escadas, corrimãos, bancos, arquibancadas, planos inclinados e esplanadas com piso liso e uniforme. ” (SÃO PAULO, 2014)

 

Como aponta a cartilha da Prefeitura de São Paulo (2014), esses locais tornam-se pontos de encontro do público jovem e a presença dos skatistas transforma a realidade do lugar cotidianamente.    Alguns elementos arquitetônicos já foram naturalmente adequados a prática das manobras então é sábio que as instituições organizacionais tenham em mente eles utilizam o espaço e podem contribuir para um espaço público livre de disputas, acolhedor, que impulsione as dinâmicas sociais e cotidianas do lugar.

bottom of page